Emergência em Saúde Pública no Amapá
O Governo do Estado do Amapá declarou uma situação de emergência em saúde pública diante do crescimento alarmante de síndromes gripais e respiratórias graves. Com a transição climática do inverno para o verão amazônico, as infecções respiratórias, especialmente em crianças, dispararam. A alta demanda nos serviços de saúde levou à necessidade de medidas urgentes para conter a crise.
Os sintomas das doenças respiratórias podem ser confusos, pois tosse, febre e coriza são comuns em várias condições. É essencial distinguir entre um resfriado simples, uma gripe e a grave Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Segundo Cleison Brazão, um dos responsáveis técnicos do Pronto Atendimento Infantil (PAI), a maioria dos casos atuais é causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que pode evoluir rapidamente para quadros críticos em crianças pequenas.
Brazão destaca que a gravidade do quadro de saúde da criança é influenciada pelo estado nutricional, imunidade, histórico vacinal e cuidados em casa, como a higiene das vias aéreas e a qualidade da alimentação. Até o momento, em maio, foram registrados 3.389 atendimentos nas primeiras semanas, somando cerca de 170 atendimentos diários.
Naquela data, 10 crianças com SRAG aguardavam leitos clínicos, e duas estavam em espera para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). No Hospital da Criança e do Adolescente (HCA), a situação também é preocupante, com 28 pacientes internados por síndromes respiratórias agudas graves, enquanto 18 estão na UTI pediátrica.
Diferenciação dos Sintomas
É crucial reconhecer as diferenças entre estas condições para buscar a assistência médica adequada:
- Resfriado comum: coriza, congestão nasal, tosse leve e ausência de febre alta.
- Gripe: febre alta, dores no corpo, mal-estar intenso e tosse persistente.
- Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG)/pneumonia: febre prolongada, falta de ar, dor no peito, chiado e tosse com secreção. Em casos graves, podem surgir sinais como retrações no tórax, batimento das narinas e cansaço extremo.
Nos recém-nascidos e crianças menores de um ano, a bronquiolite se destaca como uma das doenças respiratórias mais frequentes. É fundamental que os pais fiquem atentos aos sinais de alerta e busquem atendimento médico imediato nas seguintes situações:
- Se a criança apresentar cansaço excessivo, dificuldade para se alimentar ou brincar e esforço para respirar, visível ao observar o movimento do tórax e abdômen ao levantar a camisa.
- Nos recém-nascidos e crianças com menos de um ano, a suspeita de bronquiolite exige atenção redobrada.
Medidas Preventivas
Para evitar a propagação dessas doenças respiratórias, a adoção de algumas medidas preventivas é essencial:
- Manter a vacinação em dia, em especial contra a gripe e o pneumococo;
- Priorizar uma alimentação saudável, com frutas, fibras e evitando açúcares e alimentos ultraprocessados;
- Promover a higienização das vias aéreas com regularidade, através de métodos como lavagem nasal e uso de aerossol;
- Evitar o contato com pessoas gripadas;
- Não levar crianças doentes à escola;
- Realizar acompanhamento pediátrico regular (puericultura).
A situação exige cautela e atenção redobrada dos responsáveis, especialmente com o aumento nos casos de doenças respiratórias. A prevenção e a busca por atendimento médico adequado são fundamentais para proteger a saúde das crianças.