Iniciativa Inovadora no Amapá
MANAUS (AM) – No município de Santana, o Centro Integrado de Formação Profissional em Pesca e Aquicultura do Amapá (CIFPA) se tornou um verdadeiro berço de inovação ao reaproveitar resíduos que antes eram considerados lixo. O projeto Peix’Arte: Bio Biju A Arte de Transformar ensina estudantes e membros da comunidade a transformar escamas, peles e outros subprodutos do pescado em biojoias e peças artesanais. Essa transformação não apenas promove a sustentabilidade, mas também gera novas oportunidades de renda.
A iniciativa faz parte das ações de capacitação profissional do Governo do Estado, coordenadas pela Secretaria de Estado da Educação (Seed). Ao focar na qualificação de jovens, pescadores e comunidades ribeirinhas, o projeto une conhecimento técnico, reaproveitamento de materiais e a valorização da cultura local, mostrando que é possível aliar educação e sustentabilidade.
Impacto Social e Ambiental
Durante uma visita ao espaço do projeto, o secretário de Estado da Educação, Paulo Lemos, enfatizou os benefícios sociais e ambientais da iniciativa, que está alinhada à proposta da Caravana da Educação. “Essa sigla aqui, o CIFPA, me surpreendeu muito. É impressionante tudo o que é produzido pelos alunos nesses cursos de formação. Um material que muitas vezes é jogado fora, perdido, aqui se transforma em peças lindas e também em renda. Isso é educação que transforma”, destacou Lemos.
O projeto consiste em oficinas presenciais com carga horária de 80 horas, onde os participantes aprendem desde a teoria até a prática da extração, lavagem e curtimento do couro de peixe, culminando na produção de biojoias. Ao final do curso, os alunos recebem certificação, que os habilita a empreender com os produtos gerados durante o aprendizado.
Preservação e Economia Circular
Pedro Ribeiro Sales Júnior, professor de Química e qualificação profissional no CIFPA, destaca que a proposta vai além do simples ensino técnico. “A nossa preocupação é tirar o lixo e transformar em luxo. O que seria descartado na natureza, entre 12% e 18% do material do pescado, aqui é reaproveitado e transformado em renda, chegando a triplicar o valor investido. Isso gera emprego, dignidade e melhora a vida das famílias ribeirinhas e dos pescadores”, afirmou.
Além das biojoias, o projeto permite a criação de bolsas, tapetes, calçados e diversos acessórios a partir do couro de peixe e outros resíduos, como escamas e placas ósseas. Os produtos são comercializados em feiras e exposições, ampliando as possibilidades de retorno financeiro para os participantes.
Suporte Governamental e Futuro Promissor
A ação também conta com a colaboração da Secretaria de Pesca e o apoio do Governo do Estado, que vê na economia circular uma estratégia viável para o desenvolvimento sustentável. O governador Clécio Luís é um dos grandes apoiadores dessa abordagem, que busca unir geração de emprego e renda, enquanto cuida do meio ambiente. “O governador acredita muito nesse modelo, que gera emprego, renda e cuida do meio ambiente. É um caminho importante para o nosso povo”, reforçou Paulo Lemos.
O Projeto Peix’Arte consolida o CIFPA como uma referência em educação profissional no Amapá, provando que é possível unir inovação, sustentabilidade e inclusão social. Essa iniciativa transforma resíduos em oportunidades, mostrando que o conhecimento pode levar a uma melhoria significativa na qualidade de vida das comunidades envolvidas.
