Investigação Sobre Licitação no Hospital Geral Municipal
A Polícia Federal deflagrou a Operação Paroxismo na manhã de 3 de setembro, em resposta a suspeitas de fraude em licitação no Hospital Geral Municipal de Macapá, que ainda se encontra em construção. O objetivo principal da ação é investigar um esquema que pode envolver desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, especificamente ligado a uma concorrência pública da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá.
Na ocasião, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão na cidade de Macapá e outros dois em Belém, capital do Pará. A operação recebeu grande repercussão na imprensa e entre os cidadãos de Macapá, em virtude das graves acusações que surgiram.
A investigação aponta que um dos envolvidos teria realizado saques em espécie que ultrapassam R$ 9 milhões, levantando questionamentos sobre a integridade do processo licitatório. O contrato em questão, firmado em maio de 2024, totaliza R$ 69,3 milhões e está vinculado à construção do novo hospital, que conta com a proposta de um complexo hospitalar com três pavimentos e capacidade para 176 leitos.
Durante o lançamento das obras do Hospital Geral Municipal, ocorrido em 2 de março de 2024, o prefeito de Macapá, Antônio Paulo de Oliveira Furlan, destacou que a nova maternidade teria a capacidade de realizar 420 partos mensais, o que indica a relevância do projeto para a saúde pública da cidade.
Perfis dos Envolvidos na Operação
Antônio Furlan, prefeito de Macapá e alvo central da Operação Paroxismo, possui uma história política marcada pela ascensão em diversos cargos públicos. Nascido na Costa Rica, ele se mudou para o Brasil ainda na infância e, após se formar em medicina, se estabeleceu em Macapá, onde se tornou um destacado político local.
Furlan começou sua carreira política no Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), e após algumas eleições, consolidou sua posição como deputado estadual. Em 2020, foi eleito prefeito, cargo do qual foi reeleito em 2024, atingindo uma votação expressiva de 85,08%, tornando-se um dos prefeitos mais votados do país.
Além do prefeito, a operação investiga uma rede complexa que envolve não apenas agentes públicos, mas também empresários. Os indícios de um possível cartel que direcionava licitações e desviava verbas públicas são motivo de preocupação para os cidadãos e autoridades, que esperam por uma apuração rigorosa.
Impacto da Obra na Saúde Pública
O Hospital Geral Municipal representa um investimento significativo na saúde de Macapá, com recursos advindos de emendas parlamentares. O projeto, considerado arrojado, promete atender a uma demanda histórica por serviços médicos de qualidade, além de contar com uma maternidade que irá atender gestantes da região.
Neste contexto, os parlamentares que garantiram os recursos são figuras relevantes, como a ex-deputada Leda Sadala, a deputada Aline Gurgel e o senador Lucas Barreto, que têm trabalhado em prol do avanço das condições de saúde no Amapá.
O prefeito Furlan, em seu discurso durante o lançamento da obra, destacou a urgência dessas instalações, afirmando que a administração municipal se compromete a acelerar o processo de licitação e início das obras. Ele enfatizou que a cidade não pode esperar mais para enfrentar as carências de saúde que afetam a população amapaense, reforçando a importância de um sistema de saúde mais eficaz e acessível.
A Operação Paroxismo lança um alerta sobre a necessidade de vigilância na gestão pública, especialmente em projetos que envolvem grandes quantias de dinheiro e a saúde da população. A sociedade aguarda desdobramentos que possam devolver a confiança nas instituições e assegurar que os recursos públicos sejam utilizados de forma correta e transparente.