No dia 23 de maio de 1945, foi promulgada a Lei 7.578, que estabeleceu a criação do Município de oiapoque, localizado no extremo norte do brasil, no Estado do amapá. Este município, que se encontra a 590 quilômetros da capital, macapá, foi oficialmente instalado em 1º de julho do mesmo ano. oiapoque é acessível principalmente por rodovias, com a BR-156 sendo a principal via de entrada, além de contar com opções de transporte oceânico-fluvial e aéreo. Com uma população estimada em 24.263 habitantes, oiapoque abrange uma vasta área de 22.725,70 km², o que demonstra sua relevância territorial.
Uma característica marcante de oiapoque é sua fronteira internacional, que limita com a Guiana Francesa, um departamento ultramarino da França na América do Sul. Além de ser uma das duas cidades do amapá, junto com macapá, a dispor de uma unidade do Exército brasileiro, oiapoque faz divisa com outros municípios como Calçoene, Serra do Navio, Pedra Branca do Amapari e Laranjal do Jari, contribuindo para a diversidade cultural e econômica da região.
A economia de oiapoque é predominantemente baseada no setor primário, destacando-se na criação de gado bovino, bubalino e suíno, bem como na agricultura, com cultivos de mandioca, laranja, milho e cana-de-açúcar, entre outros produtos. No que diz respeito ao setor secundário, a extração de ouro é uma atividade significativa, embora parte dela ocorra de forma clandestina em terras brasileiras e guianenses, o que levanta questões sobre regulamentação e fiscalização.
Em 1943, um marco histórico foi erguido em oiapoque, simbolizando o início da presença brasileira naquela região. O monumento à Pátria, que exibe trechos do hino nacional e a placa com a inscrição “Aqui Começa o brasil”, tornou-se um símbolo local, representando o orgulho da comunidade. O município também possui diversas atrações turísticas, como a Cachoeira Grande, a Vila brasil, localizada nas cabeceiras do rio oiapoque, o Parque Nacional do Cabo Orange e a Serra do Tumucumaque, que atraem visitantes em busca de natureza e cultura.
A história de oiapoque é rica e complexa, com os povos originários, como os Waiãpi, Galibi e Palikur, que habitavam a região ao longo do rio oiapoque e do vale do rio Uaçá, sendo os primeiros habitantes conhecidos. Durante o período colonial, oiapoque fez parte da Capitania do Cabo Norte, onde, no século XVI, os portugueses se envolveram em disputas territoriais com outras potências europeias, buscando estabelecer domínio sobre a região que, na época, era conhecida como o rio de Vicente Pinzón, enquanto expandiam seus impérios coloniais.
A formação de oiapoque como município remonta à moradia de Emile Martinic, um mestiço que se tornou o primeiro não-índio a habitar a localidade, que inicialmente era chamada de “Martinica”. Até hoje, essa designação ainda é utilizada por alguns dos habitantes mais antigos da cidade. Em 1907, o Governo Federal criou o Primeiro Destacamento Militar de oiapoque, que servia como abrigo para presos políticos, e posteriormente foi transferido para Santo Antônio, atual distrito de Clevelândia do Norte, recebendo a denominação de Colônia Militar. Para reafirmar a soberania nacional na região, foi erguido o mencionado monumento à Pátria, que marca o início da presença brasileira na área.
No que tange ao poder legislativo, oiapoque é representada por uma Câmara de Vereadores composta por 11 membros. Atualmente, os vereadores são: Ueslei Nei da Silva Teles (PL), Valdemir Neri dos Santos (PP), Tiago Bruno Gadelha de Souza (SOLIDARIEDADE), Ramos dos Santos (PL), Ailton Batista (PP), Lauânderson Souza da Silva (SOLIDARIEDADE), Pedro Guido Nascimento de Castro (PP), Elson Vidal de Figueiredo (rede), Rosileide de Souza Araújo (rede), Reginaldo Silva Marques (SOLIDARIEDADE) e Luiz Fernando Aniká dos Santos (PL).
O poder executivo de oiapoque é exercido pela Prefeitura, liderada atualmente pelo prefeito Breno Lima de Almeida (PP), que foi eleito para o mandato de 2025 a 2028, recebendo 8.965 votos, o que equivale a 54,45% dos votos válidos. Esse cenário político e administrativo é fundamental para o desenvolvimento e a gestão das políticas públicas no município, refletindo a importância de oiapoque na configuração do Estado do amapá e do brasil.