Operação Atlas 2025: Deslocamento Sem Precedentes
Em junho deste ano, as Forças Armadas do Brasil deram início à Operação Atlas 2025, que se tornou o maior deslocamento militar já realizado no país. Mais de 10 mil soldados foram enviados para os estados de Roraima e Amapá, localizados na região norte, próximos à fronteira com a Venezuela e a Guiana. O objetivo é participar de um treinamento conjunto programado para ocorrer entre os dias 3 e 9 de outubro.
Esse exercício militar surge em um contexto de crescente presença de tropas norte-americanas na Venezuela, com a justificativa de “reforçar a segurança contra o tráfico de drogas”. O treinamento incluirá atividades táticas sob a supervisão do Ministério da Defesa, que afirma que o projeto busca também reforçar uma “presença estratégica” na região amazônica.
Segundo o ministério, “a atividade contempla o uso de meios terrestres, aéreos e fluviais, realizando ações em diversos cenários, incluindo rios, terras, mar e espaço aéreo. O foco é aumentar a interoperabilidade entre as Forças, isto é, a capacidade de operar de forma coordenada e testar os sistemas de Comando e Controle em um ambiente desafiador como a Amazônia”.
Detalhes Estruturais da Operação
A Operação Atlas foi organizada em três fases, com duas etapas focadas em conflitos simulados. A estrutura da operação é a seguinte:
- Fase 1 – Planejamento Integrado (30/06 – 11/07): Esta fase aconteceu na Escola Superior de Defesa, em Brasília, com foco no planejamento conjunto das ações das Forças Armadas. Durante esse período, foram definidos os protocolos de deslocamento estratégico, sistemas de comando e controle, além de análises de cenários e problemas simulados.
- Fase 2 – Deslocamento Estratégico (27/09 – 1/10): Esta fase representou a conclusão da movimentação de pessoal e equipamentos militares rumo à sua área de atuação na Amazônia e na região costeira da foz do Amazonas.
- Fase 3 – Exercício no Terreno (02/10 – 11/10): Realizada nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e Roraima, essa fase envolveu a execução das atividades previamente planejadas, colocando em prática operações táticas em diferentes ambientes, incluindo terrestre, fluvial, marítimo e aéreo.
Etapas Complementares
Além das fases principais, a Operação Atlas incluiu etapas adicionais:
- Etapa Atlas Armas Combinadas (07/09 – 16/09): Consistiu em exercícios com fogos reais e ações táticas, simulando a conquista e defesa de objetivos militares na cidade de Formosa (GO).
- Etapa Atlas Anfíbia (26/11 – 06/12): Focada em operações marítimas e desembarque de tropas na costa do Espírito Santo.
Mobilização de Tropas e Armamentos
Conforme informações do governo, essa ação conjunta entre o Exército, a Marinha e a Aeronáutica mobilizou até 105 organizações militares, com a utilização de 434 viaturas, 40 veículos blindados e nove helicópteros. O NAM Atlântico, considerado o maior navio de guerra da América Latina, também esteve envolvido, aportando em Belém (PA) com 1.100 militares à disposição e mais de 400 toneladas de armamentos, incluindo munições, mísseis, veículos blindados e viaturas leves, para apoiar tanto a operação quanto a COP30.
No âmbito aéreo, a Força Aérea Brasileira contribuiu com aeronaves AMX A-1M, do 1º/10º Esquadrão (Esquadrão Poker), direcionadas para Boa Vista, a fim de fortalecer a capacidade de combate e o suporte tático em sinergia com as tropas em terra. Aeronaves A-29 Super Tucano, do Esquadrão Escorpião, também participam do treinamento.
Esses exercícios conjuntos visam testar a “força integrada” dos veículos de guerra e a logística de defesa em um cenário tão desafiador quanto a Amazônia.