Mercados em Queda no Brasil
O Ibovespa iniciou a quinta-feira com uma nova queda de 0,79%, fechando aos 157.327,26 pontos, o que representa uma desvalorização de 1.250,26 pontos após a queda de 2,42% registrada na véspera. O clima nos mercados ficou tenso, especialmente em decorrência da situação na Venezuela, que trouxe incertezas para a região e para os investidores.
O dólar comercial também teve uma alta expressiva, subindo 1,09%, para R$ 5,522, enquanto os contratos de juros futuros, conhecidos como DIs, registraram elevações em toda a curva, refletindo a inquietação do mercado.
Cenário Político e Fiscal
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Enquanto isso, o foco se volta para a política interna. O recente triunfo do PSG sobre o Flamengo na Copa Intercontinental é um destaque esportivo, mas as preocupações do mercado giram em torno do chamado “fator Flávio”, que se refere ao filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Flávio Bolsonaro. Ele surge como uma figura proeminente nas pesquisas eleitorais, superando o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, embora ainda não tenha força suficiente para desafiar o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
A relação entre o governo e o mercado segue tensa, especialmente após a aprovação de um projeto no Congresso que prevê a redução de incentivos fiscais e o aumento da tributação em certos setores. “Esse tipo de medida faz parte de um discurso recorrente do governo para criar espaço fiscal sem assumir, de forma transparente, a intenção de elevar a carga tributária”, explica Mary Elbe Queiroz, advogada tributarista e presidente do Cenapret. Ela ainda adverte que a revisão de benefícios pode ser entendida como um aumento indireto de tributos, resultando em impactos diretos sobre empresas e investimentos no futuro.
Impactos Externos e Tensão Internacional
No contexto internacional, Wall Street fechou em queda, com ênfase nas ações da Oracle, que enfrentaram uma derrocada após notícias sobre problemas em um financiamento significativo. O clima na bolsa norte-americana foi exacerbado por incertezas fiscais, enquanto Trump prometeu pagamentos em dinheiro para melhorar a percepção da economia diante da insatisfação dos eleitores.
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A tensão na Venezuela também aumentou, com Trump afirmando que o país está “completamente cercado pela maior armada já reunida na história da América do Sul”, o que provocou reações adversas da Rússia. Essas circunstâncias geraram receios de um novo conflito na região, elevando os preços do petróleo.
Desempenho das Ações no Brasil
No entanto, o desempenho da Vale (VALE3) e da Petrobras (PETR4) contrabalançou a queda do Ibovespa. A Vale viu suas ações subirem 1,27%, enquanto a Petrobras se beneficiou do aumento dos preços do petróleo, apresentando uma alta de 1,11%. Outras empresas do setor também cresceram, como a Brava Energia (BRAV3), que avançou 3,69% após anunciar investimentos significativos para os próximos anos.
Entretanto, os grandes bancos não conseguiram escapar das tensões do mercado, com ações como Banco do Brasil (BBAS3) caindo 0,74%, Bradesco (BBDC4) perdendo 0,82% e Itaú Unibanco (ITUB4) com uma queda de 0,89%. O varejo também sentiu os efeitos, com Magazine Luiza (MGLU3) caindo 3,16% e Lojas Renner (LREN3) perdendo 3,59%.
Expectativas Finais
As expectativas para a quinta-feira permanecem carregadas de incerteza. A divulgação da inflação ao consumidor nos EUA e o relatório de política monetária do Banco Central brasileiro devem ser observados de perto, já que esses fatores podem influenciar o ânimo dos investidores nos próximos dias. O que será necessário para recuperar a confiança? Um debate mais transparente sobre as políticas fiscais pode ser um dos caminhos. Enquanto isso, a volatilidade promete continuar a ser a palavra de ordem nos mercados.
