Capacitação para Multiplicadores em Saúde Ambiental Indígena
Em 2025, o Ministério da Saúde intensificou suas ações voltadas para a saúde e saneamento nos territórios indígenas, por meio da capacitação de profissionais. A iniciativa, que faz parte do Projeto Formação em Saúde Ambiental para Profissionais de Saúde Indígena (Proadi-SUS), foi promovida pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) em colaboração com o Hospital Moinhos de Vento. Ao todo, 185 multiplicadores foram treinados, sendo responsáveis por qualificar Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan) e técnicos especializados em Saneamento. A meta é que até 2026, cerca de 2.900 Aisan e 128 técnicos sejam capacitados nos 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei).
O Proadi-SUS considera as particularidades sociais, culturais e geográficas dos povos indígenas, buscando enfrentar os desafios da cobertura e da atenção diferenciada, em conformidade com a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Pnaspi).
Multiplicadores em Ação
Os 185 multiplicadores passarão a conduzir, em 2026, uma parte das 50 turmas de qualificação em saúde ambiental indígena, que serão oferecidas aos Aisan e técnicos em saneamento em diversas regiões do Brasil. Esses profissionais foram capacitados entre outubro e dezembro de 2025, por meio de sete oficinas presenciais, além de um curso híbrido que combinou módulos de ensino à distância e atividades práticas de 24 horas em Dsei, incluindo locais como Tocantins, Litoral Sul, Porto Velho, Cuiabá, Manaus, Guamá-Tocantins, Alagoas e Sergipe.
Os resultados desse esforço conjunto serão apresentados durante o Seminário Nacional de Saúde Ambiental Indígena, programado para 2026, que ocorrerá em formato híbrido. O evento visa compartilhar experiências bem-sucedidas e promover discussões sobre o aprimoramento das ações de saúde ambiental voltadas para os povos indígenas no Brasil. Além disso, os avanços do projeto serão registrados em publicações científicas.
Metodologia e Etapas da Capacitação
A formação dos mobilizadores integrou um curso de Formação de Multiplicadores em Saúde Ambiental Indígena, que foi desenvolvido pelo Proadi-SUS para o triênio 2024–2026. Com uma abordagem que prioriza a interculturalidade e o direito a uma atenção diferenciada, a capacitação inclui materiais educativos específicos para os profissionais que atuam em comunidades indígenas, contribuindo significativamente para a promoção da saúde e a prevenção de problemas relacionados ao saneamento ambiental.
O projeto foi dividido em três etapas. A primeira fase consistiu na Oficina de Facilitadores em Saúde Ambiental na Saúde Indígena, realizada de forma híbrida, com a participação da equipe do projeto, técnicos do Departamento de Projetos e Determinantes Ambientais da Saúde Indígena (Deamb) da Sesai, bem como representantes dos 34 Dsei e profissionais renomados na área de saúde indígena. O objetivo desse encontro foi mobilizar os distritos, definir estratégias pedagógicas, conteúdos de formação e identificar os profissionais que atuariam como multiplicadores.
A segunda etapa envolveu a Formação de Multiplicadores em Saúde Ambiental Indígena, com um formato híbrido e tutorado. O curso abordou aspectos como a promoção da saúde nas comunidades indígenas, o trabalho dos Aisan e técnicos de saneamento, a operacionalização e monitoramento dos sistemas de saneamento, além de metodologias interculturais e participativas que utilizam saberes e práticas tradicionais.
A terceira etapa, iniciada em outubro de 2025, incluiu a Capacitação em Saúde Ambiental para Aisan e técnicos em Saneamento. Essa fase consistiu em atividades presenciais de três dias, ajustadas às particularidades de cada território indígena. As sete oficinas presenciais formaram um total de 185 multiplicadores, sendo que a última foi realizada no Dsei Alagoas e Sergipe, entre 8 e 12 de dezembro, onde 42 profissionais completaram o ciclo de formação.
A iniciativa demonstra o compromisso da Sesai em promover a qualificação contínua dos profissionais da saúde, fortalecer as ações de saneamento ambiental e garantir a saúde nas comunidades indígenas, impactando diretamente na qualidade vida dessas populações.
