Flávio Bolsonaro em Israel: Uma Nova Etapa Política
Flávio Bolsonaro, senador eleito pelo Rio de Janeiro, embarcou para Israel em sua primeira agenda internacional como pré-candidato à presidência. O objetivo da visita é firmar sua imagem como uma figura alinhada à direita conservadora em âmbito global. O ministro israelense da Diáspora e Combate ao Antissemitismo, Amichai Chikli, anunciou em suas redes sociais o painel de palestrantes do evento, destacando que, “em tempos de trevas, são tochas de luz”. Flávio expressou sua honra ao ser convidado, embora a publicação não tenha incluído menções diretas à sua pré-candidatura.
Durante seu discurso, Flávio enfatizou a importância dos laços entre Brasil e Israel, que, segundo ele, se fundamentam em valores compartilhados como liberdade, democracia e respeito à dignidade humana. “Reafirmo meu compromisso inegociável de estar sempre ao lado do povo judeu, condenando claramente todas as formas de antissemitismo e intolerância. Combater o antissemitismo é defender a verdade histórica e os valores que sustentam sociedades livres”, afirmou o senador.
Ao longo da sua jornada, Flávio busca superar as resistências à sua candidatura, impulsionado por pesquisas que o mostram como um potencial favorito entre outros nomes de direita. Apesar disso, ele enfrenta desafios, como criticas de figuras proeminentes, incluindo o pastor Silas Malafaia, um importante aliado de Jair Bolsonaro. Malafaia sugeriu que a melhor estratégia seria uma chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, acompanhado da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
Além do pastor, Flávio também recebeu críticas de membros do Centrão, que questionaram a falta de articulação em sua pré-candidatura com outros partidos. Malafaia comentou: “Eu não vi ninguém do governo Lula atacar Flávio. É como se dissessem: ‘É esse aí mesmo que nós queremos’. Uma chapa competitiva seria Tarcísio e Michelle como vice”.
Flávio oficializou sua candidatura em 5 de dezembro, após ser indicado por Jair Bolsonaro. Três dias depois, o presidente do Partido Progressista (PP), senador Ciro Nogueira, ressaltou que política não se constrói apenas com amizade, mas sim com viabilidade e pesquisas. Ele se reuniu com Flávio e os presidentes do União Brasil e do PL, mas apenas Valdemar Costa Neto manifestou apoio público à candidatura.
A reunião deixou claro que os partidos não foram consultados sobre a movimentação, e a posição inicial do Centrão era de que Flávio não teria capacidade para unir a oposição. “Minha relação com Ciro e Rueda é boa. Eles se preocuparam com a viabilidade da minha candidatura. Reforcei que ela é irreversível”, declarou Flávio em visita ao pai, que se encontra preso em Brasília.
Após a reunião, o líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, confirmou a falta de comunicação prévia sobre a candidatura. Para ele, essa ausência poderia dificultar a união dos partidos em torno de Flávio. Enquanto isso, Carlos Bolsonaro, pré-candidato ao Senado por Santa Catarina, defendeu seu irmão e criticou partidos do Centrão, insinuando que eles não estariam buscando liberdade econômica verdadeira.
A última manifestação foi do líder do PP na Câmara, doutor Luizinho Teixeira, que afirmou que seu partido e o União Brasil estão livres para decidir seu apoio, uma vez que Flávio optou por seguir sua própria candidatura. “Nossa prioridade é eleger deputados e senadores”, disse Teixeira, ressaltando que a construção de uma candidatura presidencial requer apoio político e um projeto claro.
Em meio a tudo isso, Malafaia avaliou que Flávio não possui a força necessária para enfrentar Lula nas eleições. Ele acredita que Tarcísio, devido à sua menor rejeição, seria mais capaz de atrair eleitores do Centrão e aqueles que não votariam em Lula ou Bolsonaro. “A candidatura de Flávio é um movimento errado. O Bolsonaro está emocionalmente debilitado por injustiças. Não vou engolir isso”, declarou Malafaia, expressando suas preocupações sobre a viabilidade da candidatura de Flávio.
