Avaliação do Cenário Agrícola em Santa Catarina
No recente Michuim promovido pela COOCAM, o presidente da FAESC e diretor da CNA, José Zeferino Pedrozo, fez uma análise do presente e futuro do agronegócio em Santa Catarina. Durante o evento, ele abordou os principais desafios que o setor enfrenta, especialmente no que diz respeito às cadeias do leite e do arroz.
O panorama atual, segundo Pedrozo, revela uma intensificação das dificuldades, refletindo uma realidade que se espalha por todo o Brasil. O dirigente alertou que o setor está atravessando um momento crítico, com sinais evidentes de crise em várias áreas de atuação, o que tem gerado preocupação entre as lideranças rurais do estado.
Desafios e Crises no Setor Produtivo
Os produtores de leite e arroz estão entre os mais atingidos, vivenciando um dos períodos mais difíceis dos últimos anos. Pedrozo ressaltou a importância de programas estaduais, como o Leite Bom, que têm contribuído para mitigar algumas das dificuldades enfrentadas, embora os resultados ainda sejam insuficientes diante da magnitude da crise atual. O encerramento desse programa ocorre em um momento em que as dificuldades se intensificam.
Em relação ao cultivo de arroz, o dirigente expressou que, embora a questão seja histórica, as condições atuais são preocupantes, superando crises anteriores observadas nas últimas décadas. “As crises são cíclicas”, comentou Pedrozo, enfatizando que é necessário estar preparado para tempos mais desafiadores.
Impactos nas Cadeias Produtivas
Um dos pontos críticos abordados foi a prática de venda de produtos abaixo do custo, que afeta diretamente a competitividade dos produtores catarinenses. Essa estratégia, adotada por algumas empresas do setor, interfere na formação dos preços e pressiona ainda mais aqueles que já enfrentam margens de lucro reduzidas. “Precisamos de um acompanhamento constante e de ações coordenadas para manter a sustentabilidade de nossas cadeias produtivas”, afirmou.
Pedrozo também alertou sobre a recente desvalorização nos preços da soja, milho e outros grãos, destacando que 2025 se apresenta como um ano atípico, marcado por uma queda generalizada de valores. Entretanto, ele se mostrou otimista em relação à recuperação futura do agronegócio, lembrando que a história demonstra que o setor tende a se restabelecer após períodos de instabilidade.
Expectativas para o Futuro e Papel dos Legisladores
Discutindo temas como taxação e outras questões relevantes ao setor, Pedrozo enfatizou que os pequenos produtores têm sido os mais impactados, apesar de serem reconhecidos como foco prioritário em políticas públicas. Com a proximidade das eleições, ele ressaltou a necessidade de maior segurança e previsibilidade para 2026, a fim de garantir melhores condições para os pequenos agricultores.
Pedrozo também destacou a importância da atuação da Frente Parlamentar da Agricultura e do Congresso Nacional, citando a recente derrubada de vetos presidenciais em questões relacionadas ao meio ambiente. Ele mencionou que, em Santa Catarina, 13 dos 16 deputados federais demonstraram apoio às demandas do setor, um reflexo positivo da bancada em favor do agronegócio.
Fortalecimento do Agronegócio e União da Categoria
Por fim, o presidente da FAESC fez um apelo à união do setor agrícola, destacando exemplos de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, onde o agronegócio possui uma forte representação política. Para ele, fortalecer essa articulação é essencial para assegurar condições favoráveis aos produtores, especialmente nas atividades fundamentais para a alimentação, como a produção de leite, arroz e grãos.
Concluindo sua análise, Pedrozo afirmou: “Finalizamos 2025 colhendo desafios e começamos 2026 plantando esperanças. Isso reflete o espírito dos homens do campo, que são verdadeiros lutadores”.
