Conquistas Recentes no Agronegócio
O governo brasileiro acaba de finalizar negociações fitossanitárias com a União Econômica Euroasiática, Japão e Nicarágua, ampliando a presença do Brasil no mercado internacional de produtos agropecuários. Com essas novas parcerias, o agronegócio nacional alcançou 507 novas aberturas de mercado somente em 2023. Essa estratégia visa diversificar destinos e expandir o portfólio de exportações, focando em produtos de maior valor agregado.
Na União Econômica Euroasiática, por exemplo, as autoridades fitossanitárias deram sinal verde para a exportação da castanha de baru, uma oleaginosa nativa do Cerrado. Este produto é importante para a geração de renda na região e possui um grande potencial de uso alimentar, tanto na forma de polpa quanto de amêndoas. O bloco, que reúne mais de 183 milhões de pessoas e inclui países como Armênia, Belarus, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia, importou em 2024 mais de US$ 1,4 bilhão em produtos agropecuários brasileiros, com destaque para soja, carnes e café.
Oportunidades no Mercado Japonês
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Além disso, o Japão confirmou a abertura para a exportação de frutas congeladas e desidratadas do Brasil, permitindo que produtos processados de maior valor agregado cheguem ao mercado japonês. Este país, que conta com aproximadamente 124 milhões de habitantes, já importou mais de US$ 3 bilhões em produtos agropecuários nacionais neste ano. A demanda crescente por frutas processadas, tanto no varejo quanto na indústria alimentícia, cria uma oportunidade significativa para o agronegócio brasileiro.
Perspectivas de Exportação para a Nicarágua
A Nicarágua, por sua vez, também autorizou a importação de arroz beneficiado do Brasil. Com cerca de 6,9 milhões de habitantes, o país importou entre janeiro e novembro de 2024 aproximadamente US$ 55 milhões em produtos agropecuários brasileiros, um valor 8,5% maior em comparação ao ano anterior. Essas novas autorizações consolidam a presença do Brasil em mercados estratégicos e ressaltam a eficácia das ações do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), em conjunto com o Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Otimismo no Acordo Mercosul–UE
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Paralelamente a essas novas aberturas, o governo brasileiro expressa otimismo em relação à assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. No entanto, há uma preocupação crescente com as medidas recentemente aprovadas pelo Parlamento Europeu, que estabelecem salvaguardas mais rigorosas para produtos agropecuários provenientes dos países sul-americanos. Essa situação gera incertezas, mas as autoridades em Brasília permanecem confiantes no potencial do acordo.
De acordo com fontes ligadas às negociações, o que está em jogo agora é garantir que a votação no Conselho Europeu aconteça, autorizando assim a Comissão Europeia a formalizar o acordo. “Estamos convencidos de que esse é um bom acordo e merece ser assinado. O que realmente importa é a votação no Conselho Europeu, que irá decidir se o acordo será assinado ou não. Estamos nos preparando para um período intenso até lá”, revelou um interlocutor que prefere permanecer anônimo.
Diálogo Contínuo e Esperanças Futuras
As autoridades brasileiras seguem em contato com seus homólogos europeus, acompanhando de perto o avanço das negociações. Para os integrantes do governo, a prioridade é garantir a assinatura do acordo, enquanto ajustes operacionais podem ser feitos posteriormente. “Existem mecanismos de reequilíbrio que nos permitem corrigir rotas, caso algo comprometa o espírito original do acordo”, destacou um interlocutor.
Ainda que as salvaguardas aprovadas pelo Parlamento Europeu causem inquietação, a percepção predominante é de que seus efeitos poderão ser sentidos apenas a longo prazo. A nova regra prevê a abertura de investigações se houver um aumento de 5% nas importações de produtos sensíveis ao longo de três anos, um gatilho considerado baixo pelos negociadores brasileiros, mas que ainda pode ser contestado judicialmente. Numa avaliação mais abrangente, o governo vê a aprovação das salvaguardas como uma questão política que não deve desviar o foco do principal objetivo: a assinatura do acordo.
“A concretização de um acordo dessa magnitude é fundamental, e o impacto real só será sentido, se ocorrer, daqui a alguns anos. O mais importante agora é garantir que a assinatura não seja inviabilizada”, concluiu uma fonte anônima, enfatizando que cada etapa traz seus desafios e que este é um momento crítico para o futuro das exportações brasileiras.
