Banana como Solução Sustentável
No último dia 9, produtores indígenas de Oiapoque, situado no extremo norte do Amapá, participaram do Dia de Campo sobre Bananicultura, evento que propôs a banana como uma alternativa viável de renda e alimentação para as comunidades prejudicadas pela praga vassoura-de-bruxa. Essa praga, que tem devastado as plantações de mandioca, trouxe desafios significativos para a produção local de alimentos.
A iniciativa foi organizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em conjunto com o Instituto de Extensão, Assistência e Desenvolvimento Rural do Amapá (Rurap), com o suporte de diversas outras instituições. Durante o evento, técnicos apresentaram três variedades de banana que se adaptam ao solo e ao clima da região: BRS Terra Anã, BRS Princesa e BRS Pacoua, todas reconhecidas por sua resistência a pragas e doenças.
O encontro também foi uma oportunidade de valorizar o conhecimento tradicional dos povos indígenas. Um dos protagonistas foi o agricultor Leôncio Oliveira, da etnia Karipuna, que compartilhou sua experiência de 16 anos cultivando banana na Aldeia Manga. Ele enfatizou a importância da diversificação das lavouras: “Hoje oriento outros produtores a utilizarem esse conhecimento como uma fonte de renda, especialmente diante da escassez da mandioca. O Dia de Campo incentiva mais pessoas a se engajarem”, explicou.
Leia também: Motorista de Aplicativo Detido por Suspeita de Estupro de Vulnerável no Rio de Janeiro
Fonte: odiariodorio.com.br
Leia também: Produção Pecuária de Alagoas Cresce 9,2% em 2024 e Gera R$ 1,8 Bilhão
Fonte: alagoasinforma.com.br
Estímulo à Diversificação e à Sustentabilidade
A programação do Dia de Campo incluiu três estações temáticas: manejo correto do bananal, identificação e controle de pragas, além de práticas de pós-colheita e armazenamento que valorizam o produto na hora da venda. Segundo Cristiane Ramos de Jesus, pesquisadora da Embrapa Amapá, a colaboração entre instituições públicas e líderes indígenas é fundamental para o fortalecimento da produção agrícola local. “Queremos que os produtores conheçam o cultivo de banana, interajam com técnicos e agricultores experientes, e implantem esse modelo em suas áreas como uma alternativa de renda”, afirmou.
Kelson Vaz, presidente do Rurap, ressaltou que a banana representa uma opção acessível para os agricultores que enfrentam prejuízos na colheita da mandioca. “Enquanto buscamos soluções para a praga, oferecemos alternativas de cultivo. A banana é uma boa escolha, bem conhecida por muitos produtores”, disse ele.
Leia também: RJ Destaca-se como o Estado do Sudeste com Maior Insegurança Alimentar
Fonte: agazetadorio.com.br
Leia também: Mudanças Climáticas: A Revolução Genética e Tecnológica no Cultivo do Café no Brasil
Fonte: curitibainforma.com.br
O Dia de Campo faz parte de um projeto voltado para o enfrentamento da praga vassoura-de-bruxa, financiado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) por meio do TED Indígena. A iniciativa é coordenada pela Embrapa Amapá com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), Rurap, Prefeitura de Oiapoque, Instituto Iepé, Conselho de Caciques Indígenas e Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O evento em Oiapoque não apenas teve como foco a produção de banana, mas também ofereceu aos participantes uma plataforma para discutir e encontrar soluções sustentáveis que visam garantir renda e alimentação para as comunidades impactadas pela crise da mandioca. Essa abordagem integrada busca não apenas mitigar a crise, mas também fortalecer as práticas agrícolas que respeitam a tradição e o saber dos povos indígenas.