Brasil e França: Fortalecimento da Cooperação Científica na Amazônia em Seminário Inaugural

Fortalecimento da Cooperação Científica

O 1º Seminário do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA) aconteceu em Macapá, Amapá, e teve como objetivo principal a promoção da colaboração internacional e o fortalecimento de redes científicas. Realizado no auditório da Biblioteca Central da Universidade Federal do Amapá (Unifap), o evento contou com a presença de pesquisadores de diversas instituições do Brasil e da França, além de autoridades estaduais e representantes do governo federal.

A inciativa foi apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amapá (Fapeap) e coorganizada pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). O encontro atraiu a atenção de dirigentes de instituições de ensino e pesquisa tanto do Amapá quanto da Guiana Francesa, além de membros da embaixada francesa, refletindo a importância da diplomacia científica para a região.

Henrique Pereira, diretor do Inpa e co-diretor nacional brasileiro do CFBBA, ressaltou a relevância do evento, afirmando que “o CFBBA é um protocolo, uma plataforma e um novo passo na diplomacia científica franco-brasileira na Amazônia”. Ele destacou a importância do seminário ter ocorrido em Macapá e na Unifap, especialmente com a participação de uma delegação de pesquisadores da Guiana Francesa, baseada em Caiena.

Mobilização para Projetos Conjuntos

O seminário também serviu como um espaço para mobilizar pesquisadores da Guiana Francesa e do Amapá a se prepararem para futuras chamadas públicas do CFBBA. Henrique Pereira explicou que essas chamadas serão bilaterais, com prioridade para projetos liderados por pesquisadores dos dois países. “É fundamental que os projetos contem com a liderança de pesquisadores sediados no Amapá e na Guiana Francesa, além dos estados de Roraima, Amazonas e Pará”, completou.

Foco em Mulheres e Juventude

O diretor francês interino do CFBBA, Abdelfettah Sifeddine, enfatizou que a consolidação da parceria franco-brasileira vai muito além da produção acadêmica. Ele reforçou a necessidade de formar recursos humanos locais e criar oportunidades para a comunidade. “Precisamos estabelecer pessoas aqui. Caso contrário, toda pesquisa que realizarmos e publicarmos ficará apenas na gaveta. A verdadeira transformação acontece quando estamos juntos no campo, trabalhando pela biodiversidade e formando, especialmente, mulheres e jovens”, afirmou.

Programação do Seminário

O evento, realizado na segunda-feira (29), abrangeu temas cruciais para a região amazônica, como saúde nas áreas de fronteira, biodiversidade, florestas, rios e zonas costeiras. A programação incluiu mesas-redondas com a participação de pesquisadores de diferentes instituições dos dois países. Entre os representantes do Inpa estavam Flávia Costa, Neusa Hamada, Tânia Pimentel e Sônia Alfaia.

A pesquisadora Flávia Costa teve a responsabilidade de abrir o seminário com a palestra inaugural, cujo tema foi “A resiliência das florestas amazônicas”. Ela discutiu os desafios e as estratégias para a conservação das florestas na região. Já na mesa-redonda intitulada “Olhares multidisciplinares sobre as águas”, Neusa Hamada, membro do Conselho Científico do CFBBA, trouxe perspectivas integradas sobre as diversas entomofaunas e os leitos dos rios.

Sobre o CFBBA

O Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica (CFBBA), fundado em 2024, tem como missão fortalecer a cooperação científica entre Brasil e França, visando o estudo e a conservação da biodiversidade na Amazônia. O CFBBA foca, predominantemente, nas colaborações entre a Guiana Francesa e os estados brasileiros vizinhos, como Amapá, Amazonas, Pará e Roraima. A iniciativa busca reunir cientistas e instituições de pesquisa de ambos os países, promovendo um ambiente propício para o desenvolvimento de projetos relacionados à biodiversidade.