Crescimento Abrupto nos Casos de Coqueluche
Em um cenário preocupante, o Brasil registrou um aumento de 1.253% nos casos de coqueluche entre crianças com menos de 5 anos em 2024, conforme dados do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), ligado à Fiocruz e à Unifase. O total de registros subiu de 318 em 2023 para impressionantes 4.304 no ano passado, um crescimento que exige atenção redobrada das autoridades de saúde.
A análise revela que as taxas de incidência por 100 mil crianças são mais alarmantes em estados como Paraná, com 443,9, seguido pelo Distrito Federal, que apresenta 247,1, e Santa Catarina, com 175,9. Esses números superam em muito a média nacional de 95 casos por 100 mil. Em contrapartida, estados como Acre, Espírito Santo e Amapá não reportaram casos de coqueluche em 2024, destacando uma disparidade preocupante.
Casos Recentes e Internações Crescentes
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Até agosto de 2025, os dados mostram que 1.148 novas infecções foram registradas, com Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul sendo os estados mais afetados. Minas Gerais contabilizou 229 casos, enquanto São Paulo e Rio Grande do Sul somaram 217 e 146, respectivamente.
O aumento no número de hospitalizações também é alarmante. Em 2024, foram registradas 1.330 internações, um aumento de 217% em comparação às 420 do ano anterior. Somente nos primeiros meses de 2025, já ocorreram 577 internações. Amapá, Santa Catarina e Espírito Santo lideraram as taxas de hospitalização, com 158,3, 83,5 e 46,0 por 100 mil, respectivamente, enquanto Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina apresentaram os maiores números absolutos.
Preocupação com as Mortes
Além do aumento no número de casos e internações, o Brasil também registrou 14 mortes por coqueluche em crianças menores de 4 anos em 2024. Esse número é alarmante, pois supera a soma de óbitos registrados entre 2019 e 2023, que totalizou 10.
Vacinação e Coletas de Dados
A cobertura vacinal da tríplice bacteriana (DTP), que abrange a proteção contra difteria, tétano e coqueluche, teve uma leve melhora, passando de 87,6% em 2023 para 90,2% em 2024. No entanto, essa taxa ainda está aquém da meta estipulada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), que é de 95%.
De acordo com Patrícia Boccolini, coordenadora do Observa Infância, o aumento recente nos casos pode ser atribuído a diversas questões, incluindo desigualdade na cobertura vacinal entre municípios, atrasos em reforços e uma baixa adesão à vacinação por parte das gestantes. Além disso, a retomada dos ciclos naturais da doença após a pandemia também contribuiu para a elevação nos números.
Importância da Vacinação
O esquema vacinal do DTP é fundamental e prevê três doses administradas aos 2, 4 e 6 meses de idade, além de reforços aos 15 meses e aos 4 anos. A vacinação das gestantes com a dTpa (vacina tríplice bacteriana acelular tipo adulto) é crucial para garantir que os bebês estejam protegidos desde o nascimento.
Reflexão sobre o Cenário Atual
Embora os dados de 2024 sejam alarmantes, é importante destacar que o número de casos ainda é menor do que os registrados em 2015, quando 4.630 casos e 4.762 internações foram confirmados em crianças menores de 5 anos. O Observa Infância desempenha um papel essencial ao analisar e divulgar informações sobre a saúde infantil, visando melhorar o acesso a dados e apoiar políticas públicas voltadas para a saúde das crianças.