Na manhã desta quarta-feira, 18, o especialista em petróleo e gás e diretor de atração e captação de investimentos da Agência amapá, Antônio Batista, participou do programa ‘LuizMeloEntrevista’ na Diário FM. Durante a entrevista, ele analisou os resultados do recente leilão promovido pela Agência Nacional de petróleo (ANP), que ocorreu na terça-feira, 17, e que visou a concessão de blocos exploratórios na foz do amazonas. Dentre os 47 blocos disponibilizados para oferta, 19 foram arrematados, totalizando uma área de 16,3 mil km², o equivalente a cerca de metade do território da Bélgica. Este leilão é considerado um marco significativo para o setor de petróleo e gás e um divisor de águas para o estado do amapá, destacando-se como uma oportunidade ímpar para o crescimento econômico da região.
Antônio Batista enfatizou a importância do leilão, descrevendo-o como um sucesso, especialmente na foz do amazonas, onde a maioria dos blocos está localizada na costa do amapá. Ele afirmou: “Temos motivos para celebrar. O leilão foi um sucesso, especialmente na foz do amazonas, onde a maior parte dos blocos se encontra no litoral do amapá”. A disputa envolveu quatro grandes empresas do setor: ExxonMobil Brasil e Petrobras, em consórcio, além da Chevron Brasil e da chinesa CNPC Brasil. Juntas, essas empresas adquiriram os 19 blocos, sendo que o consórcio ExxonMobil/Petrobras ficou com 10 deles, enquanto o consórcio Chevron/CNPC garantiu nove. As áreas conquistadas estão situadas em setores sensíveis, nas proximidades da foz do rio Amazonas, o que gera expectativas em relação à responsabilidade ambiental e ao desenvolvimento sustentável.
O especialista ressaltou que a entrada de gigantes como Chevron, ExxonMobil e CNPC na região representa um aumento significativo no volume de investimentos e uma demanda crescente por infraestrutura e contratação de mão de obra local. Ele explicou que a exploração nos novos blocos iniciará uma fase crucial que inclui estudos e perfuração, o que, segundo sua análise, deverá impulsionar fortemente a economia regional. “Essas empresas vão precisar de sondas, apoio logístico, uso de portos, aeroportos e a contratação de empresas e profissionais locais. Podemos esperar um aumento de três vezes em relação ao que a Petrobras já está realizando na costa do amapá”, afirmou Batista.
Durante a conversa, ele também esclareceu que a operação nos novos blocos não está diretamente relacionada ao bloco da Petrobras, cuja exploração está agendada para começar em agosto. No entanto, a movimentação das novas empresas deve seguir um caminho semelhante: “Elas terão que cumprir etapas semelhantes e, portanto, todo o aprendizado que obtivemos com o processo da Petrobras junto ao Ibama vai acelerar as próximas licenças”, afirmou, demonstrando confiança na agilidade dos processos regulatórios.
Em relação ao licenciamento ambiental, Batista mostrou-se otimista, apontando que a indústria aprendeu a lidar com as exigências ambientais, respeitando os povos originários e as especificidades do amapá. Ele acredita que essa experiência anterior ajudará a encurtar prazos e a aumentar a eficácia dos novos processos de licenciamento. “A curva de aprendizado foi grande. A indústria já entendeu as exigências ambientais e isso vai facilitar os novos processos”, destacou.
Atualmente, Antônio Batista encontra-se no Rio de Janeiro, participando de reuniões com investidores e representantes do setor. Ele observou o crescente interesse em entender como o governo do amapá está se organizando para acompanhar e apoiar essa nova fase da indústria de petróleo e gás. Uma de suas principais preocupações é a formação de mão de obra qualificada, especialmente com a predominância de operadoras americanas, o que destaca a necessidade de proficiência em inglês no mercado de trabalho local. “Precisamos nos preparar, pois o idioma será cada vez mais relevante em nosso ambiente profissional”, enfatizou.
Ao concluir a entrevista, Antônio agradeceu à equipe da Diário FM e reafirmou o compromisso da Agência amapá em promover o desenvolvimento da indústria de petróleo e gás com responsabilidade e geração de oportunidades para os cidadãos amapaenses. A expectativa é que essa nova fase traga não apenas investimentos, mas também um futuro promissor para a economia local, beneficiando a comunidade com novas oportunidades e um crescimento sustentável.