Reconhecimento e Agradecimento ao Governo
Na cerimônia de inauguração do primeiro Centro de Radioterapia do Amapá, que é visto como um marco na carreira política do senador Davi Alcolumbre, ele expressou sua gratidão pela “sensibilidade” do presidente Lula. Em seu discurso, pediu ao ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que levasse seu reconhecimento ao chefe do Executivo.
“Padilha, leve meus agradecimentos, pessoais e institucionais, ao presidente da República, que tem nos apoiado e apoiado o Amapá a todo instante”, afirmou Alcolumbre, destacando que o centro representa um importante investimento federal e é considerado por ele como uma das principais entregas de seu mandato. A nova estrutura permitirá que pacientes diagnosticados com câncer recebam tratamento em seu próprio estado, evitando a necessidade de deslocamentos para outros locais do país.
Clima Contraditório no Amapá
Entretanto, o clima entre os acompanhadores de Alcolumbre em Amapá era tenso. Fontes próximas ao senador comentaram que ele fez uma “fala de justiça”, levando em conta que a contribuição do governo federal foi crucial para a finalização do centro de radioterapia, um projeto aguardado há anos.
Na ocasião, Alcolumbre ressaltou a importância da presença de Padilha, interpretada por seus aliados como um gesto político que visa harmonizar as relações após um período de atritos. “A sua presença aqui é a presença do presidente da República ajudando o nosso Amapá. Agradeço ao presidente Lula pela sensibilidade, pelo compromisso e pelo espírito público, especialmente com o Norte e o Nordeste do Brasil”, declarou o senador.
Tensões Políticas e Conflitos Recentes
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O senador tem enfrentado tensões com o governo federal, especialmente após a indicação de Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF). Alcolumbre manifestou descontentamento com essa escolha e, em conversas com aliados, demonstrou sua preferência pelo nome de Rodrigo Pacheco, ex-presidente do Senado e atualmente senador pelo PSD de Minas Gerais.
A articulação política do governo está se mobilizando para organizar um encontro entre Lula e Alcolumbre nos próximos dias, visando aliviar as tensões existentes. Recentemente, o senador havia feito críticas ao governo durante seus discursos no Senado, onde mencionou a necessidade de um tratamento mais respeitoso entre os Poderes. “O que eu queria apenas de todos os outros Poderes era que tratassem da mesma maneira que este presidente que vos fala trata os outros Poderes, sem agressões infundadas, sem ataques, sem ofensas. Se eu me curvar a essa metodologia deles, eu não serei o Davi”, enfatizou.
Críticas Mútuas entre Poderes
Na quinta-feira, Lula também expressou sua insatisfação com o Congresso Nacional, criticando o controle que o Legislativo exerce sobre o orçamento. “Vocês acham que nós, no governo, temos algum problema contra o Congresso Nacional? A gente não tem. Eu sinceramente não concordo com as emendas impositivas. Eu acho que o fato do Congresso Nacional sequestrar 50% do orçamento é um grave erro”, disse o presidente, acrescentando que a mudança só ocorrerá com a renovação das lideranças políticas que aprovaram essas medidas.
Decisões do STF e Repercussões no Senado
Além das questões relacionadas à indicação de Messias, os senadores também estão preocupados com a recente decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que restringiu os pedidos de impeachment contra os ministros da Corte, permitindo que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresente tais solicitações. Essa decisão agravou as relações entre o Senado e o Supremo, pois cabe ao Senado analisar esses pedidos de impeachment. Alcolumbre considerou essa medida “preocupante” e uma “grave ofensa à separação dos Poderes”.
Vale ressaltar que essa decisão é provisória e será revista pelos demais ministros do STF no dia 12 de dezembro, em sessão virtual. A dinâmica política continua intensa, com repercussões que podem impactar a relação entre os principais atores do governo e do legislativo.
