O Mercado em Alta
O avanço das blue chips, ou ações de primeira linha, teve um papel crucial na manutenção do Ibovespa em território positivo nesta manhã de sexta-feira, 19. Apesar das incertezas fiscais, sinais de entrada de fluxo estrangeiro contribuíram para a recuperação do índice. O dia começou com o Ibovespa marcando 157.928,31 pontos, estabilidade inicial que logo se transformou em uma leve queda de 0,01%, quando atingiu a mínima de 157.906,06 pontos. Contudo, o indicador logo ganhou força e, por volta das 11 horas, subiu 0,78%, alcançando a marca de 159.149,67 pontos.
A valorização do Ibovespa reflete, em parte, o otimismo predominante nas bolsas dos Estados Unidos e a alta das commodities. Além disso, o dia é marcado pelo vencimento de opções sobre ações na B3 e uma agenda de indicadores relativamente vazia, tanto no Brasil quanto no exterior. O movimento do principal índice da B3 também está alinhado com a queda do dólar e dos juros futuros, em um cenário político calmo.
Expectativas em Relação ao Orçamento
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No cenário internacional, destaca-se a declaração do presidente do Fed de Nova York, John Williams. Ele sinalizou que espera cortes nas taxas básicas de juros em 2026, embora queira observar atentamente o desempenho da economia antes de qualquer decisão. Para William Castro Alves, Estrategista-Chefe da Avenue, os maiores riscos para os mercados globais em 2026 incluem um aumento inesperado das taxas de juros pelo Fed e o surgimento de uma bolha no setor de inteligência artificial. ‘A possibilidade de um choque inflacionário que leve a um aumento das taxas é real e pode alterar as expectativas do mercado’, afirmou.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, também comenta o cenário atual. Após duas quedas consecutivas, o Índice Bovespa fechou em alta na última sessão e mantém a tendência de valorização hoje. Ele lembra que, após uma queda de cerca de 4% no dia 5, devido a incertezas eleitorais, o índice teve uma recuperação temporária antes de recuar novamente. ‘A volatilidade deve persistir à medida que as eleições de 2026 se aproximam. O mercado tomará uma direção assim que os nomes dos candidatos se tornarem mais claros’, prevê.
Votação do Orçamento e Riscos Fiscais
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Fonte: alagoasinforma.com.br
Os investidores estão atentos à votação do Orçamento de 2026, uma vez que os riscos fiscais do Brasil continuam a gerar preocupação. Por volta das 10 horas, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) deu início à votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para o ano que vem. O projeto estipula despesas de R$ 6,543 trilhões e prevê um superávit de R$ 34,5 bilhões, superior em R$ 200 milhões ao centro da meta fiscal estabelecida para o ano.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconheceu que o texto orçamentário apresenta desafios, mas é viável. Ele argumentou que é essencial considerar de onde o governo veio, uma vez que as contas públicas estão desorganizadas desde 2015. Hoje, Haddad participa, junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de um evento em São Paulo para debater questões econômicas atuais.
Movimentos no Setor Internacional
No plano internacional, o Banco do Japão (BoJ) anunciou um aumento de juros de 0,50% para 0,75% ao ano, o maior nível em três décadas. O mercado também está avaliando o recente resultado do setor externo brasileiro, que registrou um déficit em conta corrente de US$ 4,943 bilhões em novembro, um pouco abaixo da mediana das estimativas de mercado, que era de US$ 5 bilhões. O Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 9,82 bilhões no mesmo mês, próximo do teto esperado.
Ontem, o Ibovespa fechou com alta de 0,38%, marcando 157.923,34 pontos, mas acumulou uma perda semanal de 1,77%. Na semana anterior, o índice havia encerrado com uma valorização de 2,16%. Embora a desvalorização recente tenha gerado preocupações, Matheus Amaral, especialista em renda variável do Inter, acredita que o Índice Bovespa ainda possui espaço para novos avanços em 2026, especialmente com a expectativa de queda da Selic no início do próximo ano. Ademais, a possível redução das taxas nos Estados Unidos e a valorização ‘esticada’ de algumas ações de tecnologia em Nova York podem direcionar investimentos para mercados emergentes como o Brasil, que são vistos como oportunidades.
