Novo Complexo Portuário em Amapá
O estado do Amapá está se movimentando em direção à construção de um novo porto estratégico, que terá como foco o suporte à produção de petróleo e gás. Na última quinta-feira (18), o governador Clécio Luís (SD) se reuniu com representantes da DTA Engenharia Portuária e Ambiental, uma empresa reconhecida na área de logística, para discutir o estudo de viabilidade do projeto. O encontro foi facilitado pela Agência Amapá, o braço técnico do governo estadual voltado para o setor econômico, que busca impulsionar o desenvolvimento da infraestrutura necessária para a exploração de hidrocarbonetos.
O plano é implantar um complexo portuário que pode operar tanto em modelos offshore quanto onshore, com o objetivo de atender diretamente às demandas da indústria de petróleo no Amapá. A iniciativa representa uma mudança significativa nas bases econômicas do estado, que pretende diversificar sua matriz econômica por meio do setor de óleo e gás.
Os portos offshore, em particular, são essenciais para a atividade logística em áreas onde a profundidade da água não permite que grandes embarcações se aproximem da costa. O governador Clécio Luís enfatizou que a criação desse novo porto é um passo crucial para que o Amapá passe de uma área de interesse para um ativo participante na cadeia produtiva do petróleo. “Isso vai gerar emprego, atividade econômica e atrair empresas que virão para cá junto com a Petrobras e a Transpetro,” afirmou Luís, referindo-se à área entre Santana e Calçoene, onde o complexo será erguido.
Parcerias Estratégicas e Expertise Técnica
Para garantir a viabilidade técnica do projeto, o governo do Amapá optou por contar com a expertise da DTA Engenharia, uma referência nacional em dragagem e obras portuárias, com uma vasta experiência em empreendimentos de grande escala, como o Porto de Santos e diversos projetos no Rio de Janeiro.
Wandenberg Pitaluga, diretor-presidente da Agência Amapá, destacou que a escolha da DTA se deu mediante critérios rigorosos. “Propusemos que a DTA conhecesse nossa estrutura e nossas ações na área de óleo e gás para garantir um apoio profissional de alto nível,” enfatizou Pitaluga, sublinhando a importância de ter uma empresa de renome à frente do projeto.
João Acácio Neto, presidente da DTA Engenharia, acredita que o Amapá está em um período de transformação econômica. “Acreditamos na experiência para evitar erros. Esta será uma fronteira fantástica de crescimento. O Amapá já viveu as eras do manganês, do ferro e do ouro; agora é a era do petróleo,” ressaltou Neto, expressando otimismo sobre o futuro econômico do estado.
Etapas do Planejamento e Análise Estratégica
O planejamento estratégico para o novo porto já está em andamento e abrange várias etapas cruciais. Entre elas, o mapeamento litorâneo, que inclui uma análise minuciosa da costa entre Santana e Calçoene, e a realização de sobrevoos panorâmicos para avaliação de variáveis geográficas e ambientais. Além disso, será elaborado um Estudo de Viabilidade Técnica e Econômica (EVTE) para determinar os locais com maior potencial econômico e menor impacto ambiental, bem como um Plano Diretor do Petróleo que utilizará os dados coletados para orientar a política estadual de óleo e gás, focando em um crescimento sustentável.
Onshore x Offshore: O Que Esperar
Antônio Batista Ribeiro Neto, diretor de Atração de Investimentos da Agência Amapá, explicou que a definição entre um porto onshore (em terra) ou offshore (em alto mar) dependerá de critérios técnicos, particularmente a profundidade do mar. “A atividade de petróleo exige suporte constante às plataformas com suprimentos, equipamentos e cargas. O Amapá precisa dessa infraestrutura para atender à nova política local e preparar o Estado para este novo ciclo econômico,” concluiu Ribeiro Neto.
