Os Desafios do Fisiculturismo em Comparação ao boxe
O fisiculturismo, frequentemente considerado um esporte extremo, requer sacrifícios significativos de seus praticantes. Dietas rigorosas e treinos extenuantes fazem parte da rotina de quem se dedica a essa modalidade. Rafael Rey, popularmente conhecido como Rey Physique, é um ex-atleta profissional da categoria Men’s Physique e atualmente se dedica ao boxe. Em uma entrevista, ele compartilhou suas impressões sobre as diferenças marcantes entre essas modalidades esportivas e os motivos que o levaram a mudar de trajetória.
“O fisiculturismo demanda 24 horas do seu dia. Não há espaço para outras atividades. Hoje, por exemplo, posso ir ao shopping com minha esposa, caminhando e comendo o que eu quiser”, comentou Rey, enfatizando a liberdade que encontrou no boxe. “No boxe, sou o mestre da minha própria vida. Tenho meu tempo de treinamento, onde me desconecto do mundo, mas posso desfrutar de uma vida normal depois das sessões”, acrescentou.
Ele destacou que, enquanto no fisiculturismo a privação é um elemento constante, no boxe há uma maior flexibilidade. “No fisiculturismo, você precisa se abster de muitas coisas que gostaria de fazer. É um sacrifício que pode afetar sua saúde”, declarou.
O Uso de Substâncias e os Riscos Envolvidos
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Fonte: olhardanoticia.com.br
Quando o assunto foi o uso de substâncias ergogênicas, Rey reconheceu que os esteroides anabolizantes (EAs) também estão presentes fora do fisiculturismo, mas ressaltou a intensidade com que são utilizados dentro da modalidade: “Muitos fisiculturistas tentam justificar o uso de hormônios citando outros esportes. No entanto, as doses no fisiculturismo são muito mais elevadas, incluindo misturas de diuréticos e estimulantes.”
Rey fez uma reflexão sobre sua própria trajetória, lembrando que começou no fisiculturismo muito jovem, durante o início da categoria Men’s Physique. “Eu vinha de uma geração que aprendia errando com o corpo. Isso é arriscado. Já cometi loucuras com estimulantes e esteroides. São práticas perigosas que podem ter consequências fatais”, alertou.
O ex-fisiculturista também compartilhou as consequências de sua dedicação extrema ao esporte. “Minha saúde começou a cobrar seu preço. Sofri de síndrome do pânico, pressão alta e até depressão. Houve um momento em que me perguntei até onde tudo aquilo valia a pena. Passei uma década vivendo em função do esporte sem permitir que eu mesmo tivesse uma vida fora dele”, disse. Foi nesse contexto que o boxe entrou em sua vida: “Um amigo me convidou para praticar e, desde então, me apaixonei.”
O Caminho Atual e O Sonho de Voltar a Competir
Rafael Rey se profissionalizou em 2018, conquistando a vitória no Arnold Sports Festival, em Ohio. Atualmente, ele está totalmente focado no boxe, onde já participou de diversas lutas no Fight Music Show. Apesar de reconhecer os riscos que o esporte de alto rendimento pode trazer à saúde, ele expressou o desejo de voltar a competir pelo menos uma vez no futuro. “Essa é uma meta que ainda está nos meus planos”, finalizou Rey, refletindo sobre a complexidade de sua trajetória esportiva e os caminhos que a vida lhe apresentou.
