Fraudes em Anúncios e o Papel da Meta
No cenário atual das redes sociais, um relatório do Tech Transparency Project (TTP), uma organização sem fins lucrativos, trouxe à tona a alarmante cifra de 63 anunciantes fraudulentos que, juntos, desembolsaram cerca de US$ 49 milhões em anúncios nas plataformas Facebook e Instagram. Esses anúncios têm como alvo específico usuários vulneráveis, muitas vezes idosos, e promovem propostas enganosas como cheques de estímulo falsos, cartões públicos de gastos e pagamentos de assistência médica.
“Os dados demonstram como golpistas estão tirando proveito dos avanços em inteligência artificial, da confusão geral em relação aos programas sociais e da moderação insuficiente de conteúdo na Meta, buscando novas vítimas”, declarou o TTP em seu relatório. A denúncia destaca a aparente ineficácia das medidas de proteção adotadas pela Meta, que afirma ter políticas rigorosas contra fraudes, mas que, segundo o TTP, não estão sendo efetivamente aplicadas.
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A Meta, até o momento, não se pronunciou sobre as alegações feitas pelo grupo de monitoramento. Em contrapartida, o TTP citou uma posição da Meta que se compromete a “investir no desenvolvimento de novas defesas técnicas”, dado que os golpistas estão sempre modificando suas táticas para evitar a detecção.
Regulamentações Inadequadas e Investimentos em Segurança
De acordo com as diretrizes da Meta, os anunciantes que desejam veicular anúncios políticos nos Estados Unidos devem passar por um processo de autorização especial, que requer a apresentação de um documento oficial de identidade, como a carteira de motorista, além de um endereço postal americano. Apesar da remoção de mais de 150 mil anúncios políticos nos últimos 12 meses por violação das normas de publicação, o TTP revela que, quase metade dos 63 anunciantes identificados ainda mantinha suas campanhas fraudulentas ativas até a última terça-feira.
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O relatório indica que a Meta desativou 35 contas comerciais, mas somente após essas contas terem veiculado dezenas, e em certos casos, centenas de anúncios. Seis dessas contas, segundo o documento, gastaram mais de um milhão de dólares antes de serem efetivamente desativadas. Isso levanta questões sobre a eficácia da supervisão da Meta e a rapidez com que ela reage a atividades fraudulentas.
Entre os exemplos de fraudes, um dos anunciantes identificados pelo TTP veiculou um anúncio com um vídeo manipulado de Donald Trump, que prometia cheques de estímulo aos cidadãos americanos de maneira enganosa. O alvo principal desse anúncio eram homens e mulheres acima dos 65 anos, distribuídos em mais de 20 estados. Embora o vídeo parecesse coincidir com um discurso de Trump realizado no início de abril, as declarações no anúncio não condiziam com a transcrição oficial do evento, evidenciando as práticas enganosas que se espalham nas redes sociais.
A Responsabilidade das Plataformas de Mídia
A situação levanta um ponto crucial sobre a responsabilidade das plataformas de mídia social na proteção de seus usuários contra fraudes. O TTP enfatiza que, mesmo com a proibição explícita de anúncios fraudulentos e o compromisso da Meta em investir na segurança, as evidências sugerem que a prática continua a prosperar. O desafio da moderação de conteúdo se torna ainda mais complexo com a evolução das tecnologias de inteligência artificial, que permitem a criação de anúncios sofisticados e enganosos.
A manutenção da confiança do público nas plataformas digitais exige não apenas melhores sistemas de monitoramento, mas também uma resposta mais ágil e eficaz contra a disseminação de informações falsas e enganosas. A questão agora é: até quando a Meta continuará a enfrentar críticas por sua ineficácia em proteger os usuários enquanto a fraude floresce em suas plataformas?