Aumento de doenças respiratórias em crianças
O Governo do Amapá declarou emergência em saúde pública em resposta ao crescimento alarmante de síndromes gripais e infecções respiratórias graves, especialmente entre crianças. Essa decisão surge no contexto da transição do inverno para o verão amazônico, um período que, tradicionalmente, revela um aumento nos casos dessas doenças.
A pressão sobre a rede hospitalar tem sido intensa. Apenas nos primeiros 20 dias de maio, mais de 3.300 atendimentos foram registrados, o que representa uma média de cerca de 170 atendimentos diários. Cleison Brazão, responsável técnico do Pronto Atendimento Infantil (PAI), apontou que a maioria das infecções atuais é causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que pode gerar complicações severas em crianças pequenas.
Brazão enfatizou que a gravidade dos casos está intimamente ligada a fatores como o estado nutricional das crianças, a imunidade individual, o histórico vacinal, além dos cuidados domiciliares, incluindo a higiene das vias aéreas e a qualidade da alimentação. Na data da notícia, o PAI relatava a presença de 10 crianças com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) esperando por leitos clínicos, e duas aguardando uma vaga na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI).
Além disso, o Hospital da Criança e do Adolescente (HCA) registrou 28 internamentos por síndromes respiratórias agudas graves, com outros 18 pacientes na UTI pediátrica.
Distinções entre as doenças respiratórias
Com os sintomas muitas vezes semelhantes, é crucial distinguir entre resfriados comuns, gripes e a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Um resfriado comum se caracteriza por coriza, congestão nasal, tosse leve e ausência de febre alta. Por outro lado, a gripe apresenta febre alta, dores corporais intensas, mal-estar significativo e tosse persistente. A SRAG, ou pneumonia, é mais grave, com sintomas como febre prolongada, dificuldade para respirar, dor no peito, chiado e tosse com secreção. Sinais de gravidade incluem retrações torácicas, batimentos das narinas e cansaço extremo.
Entre os recém-nascidos e crianças com menos de um ano, a bronquiolite é uma das infecções respiratórias mais comuns.
A Importância do Atendimento Médico
É fundamental que os pais fiquem atentos aos sinais que requerem atendimento médico imediato. Se uma criança apresenta cansaço visível, dificuldade para se alimentar ou brincar e esforço para respirar – que pode ser identificado ao observar o movimento do tórax e abdômen – é crucial buscar ajuda médica sem demora. O mesmo se aplica a recém-nascidos e crianças com menos de um ano, que correm maior risco de bronquiolite.
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Estratégias de Prevenção
Adotar medidas preventivas é essencial para proteger as crianças durante este período e reduzir a incidência de doenças respiratórias. Algumas práticas recomendadas incluem: manter a vacinação em dia, especialmente contra gripe e pneumococo; promover uma alimentação saudável, evitando açúcar e alimentos ultraprocessados e priorizando frutas e fibras; realizar a higienização constante das vias aéreas, como lavagens nasais e uso de aerossóis; evitar o contato com pessoas gripadas; não levar crianças doentes à escola; e garantir acompanhamento pediátrico regular, conhecido como puericultura.