Nos dias 12 e 13 de junho, a vibrante Escola Estadual Maria do Carmo Viana dos Anjos, localizada no bairro Jardim Felicidade, na Zona Norte de macapá, foi o centro das atenções ao sediar a 6ª edição da Mostra Científica, Cultural e de Tecnologia (MoCiCuT). Este evento inovador reuniu mais de 50 projetos elaborados por alunos do ensino fundamental, ensino médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Atendimento Educacional Especializado (AEE), todos com a missão de desenvolver soluções criativas para os desafios socioambientais contemporâneos.
Com o tema central “Florestania e Justiça Climática: sociedade, previsão e realidade”, a mostra não apenas celebrou a criatividade dos jovens cientistas, mas também premiou os melhores trabalhos com medalhas, troféus e kits ecológicos. O evento contou com a colaboração das Secretarias de Estado da Educação (Seed) e da Ciência e Tecnologia (Setec), além do suporte de organizações como o Instituto Leva Ciência e o Sebrae, formando uma sólida rede de apoio para esses talentos emergentes.
A coordenadora geral da MoCiCuT, Sara Alves, expressou seu entusiasmo pelo sucesso crescente do evento. “É uma realização de sonho ver esse evento se consolidar com tamanha força. Foram meses de dedicação, articulações e esforços para credenciar os projetos, garantindo que nossos alunos recebessem premiações merecidas. A ciência está sendo cultivada desde a educação básica”, afirmou Alves, ressaltando a importância de iniciativas que valorizem a pesquisa e a inovação nas escolas.
Dentre os projetos premiados, a estudante Ana Luiza Rodrigues, de 17 anos, destacou-se na categoria Ciências Humanas e foi reconhecida como Aluna Destaque da 6ª MoCiCuT. Com um impressionante histórico de participação, Ana apresentou uma pesquisa aprofundada sobre os impactos da degradação ambiental antrópica na comunidade Lontra da Pedreira. Ela revelou que seu projeto foi inspirado na história de Seu Moacy, um líder comunitário que enfrenta ameaças por defender a floresta. “Conectamos saberes locais a teorias de autores renomados como Boaventura de Sousa Santos, valorizando o conhecimento das populações tradicionais”, compartilhou a jovem, emocionada com a relevância de sua pesquisa.
Outra aluna que brilhou na mostra foi Evelyn Valesca, de 20 anos, estudante da EJA. Ela conquistou o segundo lugar na categoria Ciências Biológicas por meio de uma investigação sobre a adulteração de açaí em batedeiras locais de macapá. A motivação de Evelyn surgiu após seu filho sofrer problemas de saúde após consumir açaí. “Isso me fez questionar a qualidade dos alimentos que consumimos. Com a orientação do professor Charles Barres, identificamos fraudes e emitimos um alerta à sociedade”, disse Evelyn, enfatizando a importância da pesquisa científica na promoção de segurança alimentar.
A diretora da escola, Sérgia Oliveira, elogiou a mostra como uma poderosa ferramenta de transformação social e educacional. “A iniciação científica na educação básica é um divisor de águas. Os alunos começam a enxergar novas possibilidades, descobrem talentos e elevam a autoestima ao verem seus projetos reconhecidos”, argumentou a gestora, sublinhando o impacto positivo que essas experiências podem ter na formação dos alunos.
A edição deste ano da MoCiCuT premiou projetos em oito categorias diferenciadas: Linguagens, Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Ciências Agrárias e Engenharias. Um prêmio especial foi concedido para homenagear o ativista da acessibilidade Romeu Kazumi Sassaki, destinado a projetos focados em inclusão.
Além de valorizar as melhores iniciativas locais, a mostra agora faz parte oficialmente do calendário nacional de feiras e mostras científicas, criando novas oportunidades para que os estudantes do amapá possam se projectar em todo o brasil.
Como um resumo da premiação, destacamos os Troféus Especiais da 6ª MoCiCuT:
– **Projeto Destaque:** Glossário do Meio Ambiente
– **Aluno(a) Destaque:** Ana Luiza Rodrigues da Silva Pereira – 3º ano A
– **Projeto Tucujús:** Impactos das Mudanças Climáticas no Conforto Térmico de macapá-AP (EJA – Escola Mário Quirino)
– **Projeto TDIC:** Energia Limpa na Escola MCVA: implantação de um biodigestor com resíduos alimentares
– **Projeto Inovação:** Energia Eólica no amapá: uma oportunidade para o futuro
– **Troféu Inclusão “Romeu Kazumi Sassaki”: Que País é Esse? – Instituto Leva Ciência (aluno João Pedro)
A MoCiCuT não apenas proporcionou uma plataforma vital para a expressão da criatividade dos alunos, mas também reafirmou a importância da educação científica no desenvolvimento de jovens capazes de enfrentar os desafios do futuro. Neste contexto, a mostra se destaca como um verdadeiro farol de inovação e conscientização no cenário educacional do amapá.