Celebração com Inclusão
O Réveillon do Amapá, considerado o maior da Amazônia, se destacou não apenas pela grandiosidade do evento, mas também pelo compromisso com a inclusão. Com a presença de 10 intérpretes de Libras, sendo 8 ouvintes e 2 surdos, a festa garantiu que a comunidade surda pudesse participar e se conectar plenamente com as celebrações. O evento ocorreu durante a apresentação da cantora Anitta, na noite de segunda-feira, 29, e se tornou um exemplo de como a acessibilidade pode transformar experiências.
A equipe de intérpretes, coordenada por Johnyelly Morais Ladislau, enfatizou a importância de criar um ambiente onde todos se sintam pertencentes. “Deixamos de ter pessoas isoladas para termos cidadãos compartilhando emoção, pertencimento e alegria”, afirma. Essa mudança de perspectiva é vital para a inclusão, permitindo que o público surdo vivencie o Réveillon de forma ativa.
Preparação e Prática
A preparação dos intérpretes não se limita à técnica. Envolve um estudo prévio das músicas e ensaios em equipe, assegurando que a interpretação esteja alinhada com a cultura e a fidelidade à Língua Brasileira de Sinais (Libras). Durante o evento, os intérpretes adaptam suas expressões e movimentos para capturar a energia do palco e a vibração do público.
“Adaptamos o corpo, as expressões e a velocidade da interpretação para acompanhar a vibração do palco”, explica uma das intérpretes. Essa habilidade de adaptação é essencial, especialmente em eventos dinâmicos como o Réveillon, onde a interação é constante e a atmosfera requer resposta rápida.
Momentos de Conexão
Os eventos que marcam a virada do ano têm um simbolismo especial para os intérpretes. Para eles, atuar durante esses momentos representa esperança, união e um reconhecimento da comunidade surda no espaço público. Um dos momentos mais emocionantes foi quando o público reagiu com aplausos em Libras, demonstrando uma conexão genuína e respeito pela presença dos intérpretes.
Johnyelly reforça que o compromisso é levar mensagens de celebração e esperança para a comunidade surda, especialmente em um evento tão significativo como o Réveillon. “É ser uma ponte de igualdade, espalhando luz e pertencimento”, destaca.
Reconhecimento e Viralização
A intérprete Alejandra Fortunato, de 23 anos, também se destacou durante a apresentação de Anitta. Sua interpretação da música “São Paulo” viralizou nas redes sociais, chamando a atenção pela expressividade e relevância da acessibilidade. Em entrevista, Alejandra revelou que a repercussão foi surpreendente e reforçou seu compromisso com a inclusão. “A interpretação foi realizada com alegria e responsabilidade”, afirma.
A repercussão positiva nas redes sociais trouxe visibilidade não apenas para o trabalho de Alejandra, mas também para a Libras como um todo, destacando a importância da inclusão em grandes eventos. Ela ressaltou a satisfação em ver o reconhecimento do seu trabalho e a valorização da Língua de Sinais.
A Transformação do Amapá
O tema do Réveillon de 2026, “O Amapá virou. E você faz parte disso”, simboliza a transformação que o estado está vivenciando. Com uma aprovação de 70% da população em pesquisa recente, o evento, promovido pelo Governo do Estado em parceria com o Instituto Artístico Cultural e Social Cena Livre, não é apenas uma celebração, mas um motor econômico que promove turismo e cultura.
Nos cinco dias de festividades, a programação inclui mais de 50 atrações locais, com shows de artistas renomados como Nattanzinho Lima e Anitta. Além disso, a festa oferece oportunidades de negócios para mais de 250 empreendedores, promovendo um cenário vibrante e dinâmico ao redor do anfiteatro da Fortaleza de São José.
As expectativas são altas para que o Réveillon de 2026 repita o sucesso de 2025 e aumente sua visibilidade internacional, consolidando o Amapá como um destino atrativo e sustentável. O evento se posiciona não apenas como uma celebração, mas como um espaço de inclusão e transformação social.
