Um Ano de Transformações no Brasil
O ano de 2025 se revelou repleto de mudanças significativas na política brasileira. Nos primeiros meses, a situação era tão delicada que o fim do governo Lula parecia iminente. No entanto, com um ajuste nas tarifas e a queda nos preços dos alimentos, a popularidade do presidente começou a se recuperar ao longo do ano. Ao chegarmos ao final de 2025, o cenário político tornou-se mais complexo e ambíguo.
De um lado, a candidatura de Flávio Bolsonaro e a possível desistência do governador de São Paulo na corrida presidencial de 2026 foram interpretadas como boas notícias para Lula. Por outro lado, o processo de aprovação do Orçamento de 2026, que inclui a execução obrigatória de grande parte das emendas no primeiro semestre, juntamente com o histórico número de vetos presidenciais derrubados pelo Congresso, indicam que Lula enfrentará maiores desafios em seu último ano de mandato.
Os Primeiros Meses de 2025
O início do ano foi marcado por incertezas, especialmente com a não aprovação da Lei Orçamentária Anual, que limitou os gastos do Executivo. Além disso, a ausência de figuras importantes do Congresso e do Judiciário durante o ato de 8 de janeiro foi emblemática. Em fevereiro, Hugo Motta foi eleito presidente da Câmara, contando com o apoio tanto do governo quanto da oposição, mesmo não sendo a escolha inicial de Arthur Lira. Naquela época, a aprovação de Lula estava em seu ponto mais baixo.
O mês de março trouxe a aprovação tardia do orçamento, além de alterações na articulação política do governo. A licença de Eduardo Bolsonaro para atuar nos Estados Unidos gerou incertezas sobre a influência do Executivo. Em abril, a recusa de Pedro Lucas, do União Brasil, em aceitar um ministério levantou questões sobre a capacidade de atração do governo, enquanto investigações relacionadas ao INSS resultaram na queda de sua liderança.
Meio do Ano: Aceleração de Decisões Legislativas
Em maio, o Executivo publicou um decreto que aumentou a alíquota do IOF, mas este foi rapidamente derrubado pela Câmara em junho, que também aprovou a ampliação do número de deputados. No mesmo período, Jair Bolsonaro foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica, enquanto o STF reverteu a decisão da Câmara sobre o decreto do IOF. Essa reviravolta coincidiu com a recuperação da popularidade de Lula, que indicou a intenção de vetar o aumento no número de deputados.
O segundo semestre foi marcado pela intensificação das ações judiciais contra Jair Bolsonaro, generais e outras figuras envolvidas na tentativa de golpe. Isso culminou em condenações no STF, que levaram à prisão domiciliar do ex-presidente e, posteriormente, à sua volta ao regime fechado. Paralelamente, o Congresso avançou em pautas importantes, como a PEC da Blindagem e reformas no licenciamento ambiental, enquanto operações policiais de grande escala devolveram a segurança pública ao centro do debate político.
Aprovações e Desafios Finais
Lula também conquistou vitórias significativas, incluindo a aprovação da isenção do Imposto de Renda para aqueles que recebem até R$ 5.000 mensais e exitosas negociações com Trump, resultando na reversão das tarifas que afligiam o Brasil. No entanto, conforme o ano chegava ao fim, novos desgastes institucionais surgiam no STF, especialmente relacionados ao Banco Master, e o orçamento aprovado reduzia ainda mais o espaço para investimentos discricionários do Executivo.
A declaração de Flávio Bolsonaro como herdeiro político complicou a relação da família com o centrão e gerou novas incertezas sobre os planos do governador de São Paulo. Assim, 2025 encerra-se destacando a fragilidade do presidente da Câmara, a covardia dos golpistas que tentaram fugir do país e um verão recheado de intensas articulações políticas em visão das candidaturas nacionais e estaduais, tanto do governo quanto da oposição.
