Projeto Promove a Recuperação da Palmeira Juçara
Uma equipe da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio de seu campus em Alegre, deu início a um projeto inovador: o plantio de sementes pré-germinadas da palmeira juçara (Euterpe edulis) em áreas de preservação permanente (APPs) no município de Linhares. Essa ação faz parte do Projeto Biodiversidade do Rio Doce, realizado em parceria com a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza (Funbio) e o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper).
O principal objetivo da iniciativa é contribuir para o repovoamento da palmeira juçara na bacia do Rio Doce, uma espécie que se encontra ameaçada de extinção na Mata Atlântica. Para isso, antes da execução das atividades de plantio, a Ufes conduziu um levantamento detalhado da ocorrência da palmeira na região, que revelou que poucas plantas dessa espécie ainda estão presentes ao longo da bacia.
O plantio das sementes ocorreu em cinco propriedades rurais localizadas nas comunidades de Bagueira e Farias. A comunidade de Farias é especialmente significativa, pois está situada nas proximidades do Córrego da Jacutinga, que leva o nome de uma ave nativa que enfrenta sérios desafios devido à caça predatória, ao desmatamento e à escassez de sua principal fonte de alimento: os frutos de palmeiras nativas, como a juçara.
Benefícios para o Meio Ambiente e a Comunidade
Além de promover a recuperação ambiental, o projeto tem como meta restabelecer funções e interações ecológicas vitais, beneficiando a diversidade da fauna e flora locais. Os impactos positivos da iniciativa vão além do meio ambiente, estendendo-se às comunidades envolvidas. A ação também busca ampliar as possibilidades de uso sustentável dos frutos da juçara, que podem ser utilizados na fabricação de polpas, cremes, sucos, pães e doces.
Essas opções não apenas contribuem para a segurança alimentar, mas também têm o potencial de gerar renda para os moradores locais, fortalecendo a economia da região. Assim, o projeto não só visa a conservação de uma espécie ameaçada, mas também promove a valorização dos saberes e práticas tradicionais das comunidades, fomentando um ciclo de vida sustentável.
Com um compromisso claro em reviver a palmeira juçara e engajar a população local, a iniciativa representa um passo significativo na luta contra a degradação ambiental e a extinção de espécies nativas. O apoio de instituições de pesquisa e a participação ativa da comunidade são elementos essenciais para o sucesso dessa empreitada, que promete um futuro mais verde para a região do Rio Doce.
