Expansão Econômica Sólida nos EUA
WASHINGTON – A economia dos Estados Unidos registrou um crescimento anual impressionante de 4,3% no terceiro trimestre, de acordo com dados divulgados pelo Departamento de Comércio. Esta marca representa a maior expansão em dois anos, impulsionada principalmente pelo aumento nos gastos tanto do governo quanto dos consumidores, além de um crescimento significativo nas exportações.
No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) já havia apresentado uma taxa anual de 3,8%. Contudo, a divulgação dos dados referentes ao terceiro trimestre foi atrasada devido ao shutdown do governo. Especialistas consultados pela FactSet esperavam um crescimento mais modesto, em torno de 3% para o período.
De acordo com economistas, a persistência da inflação e o risco de agravamento da situação podem dificultar um possível corte nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed) em janeiro. As autoridades do Banco Central permanecem preocupadas com uma possível desaceleração no mercado de trabalho, que tem mostrado sinais de arrefecimento.
Chris Zaccarelli, diretor de investimentos da Northlight Asset Management, afirma: “Se a economia continuar operando neste nível, as preocupações com uma desaceleração econômica não são tão urgentes. Entretanto, a inflação pode voltar a ser a principal preocupação para a economia”.
Impacto nos Mercados e Consumo
Na semana em que as negociações foram afetadas por um feriado, as bolsas de Wall Street sofreram uma queda após a divulgação do relatório do PIB. As incertezas sobre a possibilidade de outro corte nas taxas pelo Fed no próximo mês foram apontadas como principais responsáveis pela reação negativa dos investidores.
Os gastos do consumidor, que representam cerca de 70% da atividade econômica dos EUA, cresceram a uma taxa anual de 3,5% no último trimestre, um aumento considerável em relação aos 2,5% registrados entre abril e junho. Essa evolução reflete um apetite crescente dos americanos por consumo, que é vital para o crescimento econômico.
Além disso, os investimentos e os gastos do governo aumentaram 2,2% no trimestre, recuperando-se de uma leve contração de 0,1% no segundo trimestre. Esse aumento é atribuído a investimentos em setores estaduais e locais, além de um incremento nos gastos relacionados à defesa federal.
Investimentos Privados e Exportações
Por outro lado, os investimentos privados das empresas apresentaram uma leve queda de 0,3%, principalmente devido à diminuição nos investimentos em habitação e em edifícios não residenciais, como escritórios e armazéns. No entanto, essa redução foi significativamente menor que o declínio de 13,8% observado no segundo trimestre.
Os dados do PIB também revelaram que uma categoria que mede a força subjacente da economia cresceu a uma taxa anual de 3% entre julho e setembro, um leve aumento em comparação com os 2,9% do segundo trimestre. Esta categoria inclui gastos do consumidor e investimentos privados, excluindo itens voláteis como exportações, estoques e gastos do governo.
Por falar em exportações, estas cresceram a uma impressionante taxa de 8,8%, enquanto as importações, que são subtraídas do PIB, caíram 4,7%. Esse panorama favorável nas exportações pode ser um bom sinal para a balança comercial americana.
Mercado de Trabalho e Desemprego
Recentemente, o governo anunciou que a economia dos EUA criou 64 mil empregos em novembro, embora tenha perdido 105 mil postos de trabalho em outubro. A taxa de desemprego, por sua vez, subiu para 4,6%, alcançando o maior patamar desde 2021.
A situação do mercado de trabalho é vista como estagnada, caracterizada por “baixa contratação e baixa demissão”, conforme afirmam economistas. As empresas estão cautelosas, enfrentando incertezas devido à política de tarifas imposta por Trump e ao impacto prolongado das altas taxas de juros. Desde março, a média de criação de empregos caiu para 35 mil por mês, em contraste com 71 mil nos 12 meses anteriores a março. Jerome Powell, presidente do Fed, indicou que os números podem ser revisados para uma taxa ainda mais baixa.
